Você já se perguntou por que um café custa mais caro que outro? Ou por que um mesmo tipo de grão pode apresentar sabores tão diferentes? A resposta está justamente na classificação de café.
Essa classificação é um processo utilizado para determinar o nível de qualidade dos grãos consumidos diariamente pelos apaixonados por essa bebida. Ao conhecer os diversos tipos de classificação, você poderá escolher o café ideal para cada momento do seu dia.
Por isso, no post de hoje, vamos conhecer os tipos de classificação de café que existem e quais são as diferenças entre elas. Quer saber mais? Então, prepare a sua xícara de café e aproveite a leitura!
Qual a importância da classificação de café?
Antes de saber qual a classificação de café, vamos entender porque esse processo é tão importante, tanto para os consumidores, baristas e comerciantes dessa bebida.
A classificação de café é feita a partir de parâmetros e métodos que servem para categorizar os tipos de grãos, considerando suas condições físicas, qualidade, sabor e aroma.
Além de ser importante para a indústria cafeeira, a classificação de café é uma aliada do consumidor, pois permite que ele possa identificar os cafés disponíveis no mercado, facilitando a escolha de um café que esteja conforme as preferências de cada um.
Outra vantagem desse processo é que ele permite os consumidores saberem qual a origem do café, o processo de produção pelo qual ele passou e suas condições.
Portanto, a classificação é essencial, pois garante que o consumidor adquira um café alinhado com suas expectativas e lhe proporcione uma boa experiência.
Classificação de café especial: o que diferencia?
O café especial é aquele que possui uma qualidade superior aos demais, e um dos principais critérios que o tornam especial é a rastreabilidade da sua origem. Pois, ao saber de onde ele vem, é possível analisar fatores como clima, altitude e o solo que impactam diretamente o sabor da bebida.
Outro fator diferente no café especial é a moagem e torra pelo qual ele passa. A torra do café especial é realizada de forma mais precisa e delicada, preservando ao máximo as características originais dos grãos.
A moagem do café especial também deve ser adequada ao método de preparo escolhido (prensa francesa, aeropress, expresso, solúvel, etc.), isso garante a melhor extração dos aromas e sabores do grão, preservando sua qualidade.
Por fim, o café especial passa por uma classificação específica que avalia critérios como sabor, aroma, corpo e doçura dos grãos. Somente os produtos que atingirem uma pontuação mínima de 80 pontos, são considerados especiais e essa classificação é feita pela SCA (Specialty Coffee Association).
Os principais tipos de cafés e suas classificações
E aí, já está claro o que é classificação de café? Então, vamos conhecer quais são os tipos de cafés que entram nessa classificação e as principais diferenças entre cada uma delas. Vamos lá!
Café Tradicional
Em geral, o café tradicional é composto pelo café robusta (conilon), arábica ou blend e pode apresentar até 20% de impurezas, como grãos com defeitos, preto, verde, ardido ou passado.
Por apresentar mais impurezas que os demais, a torra do café tradicional precisa ser mais intensa para camuflar os defeitos. Por isso, é comum que esse café seja mais fino e mais escuro, além disso, ele também costuma ser mais amargo.
Vale ressaltar que esse é um dos cafés mais consumidos no Brasil, devido ao seu baixo custo e acessibilidade. Além disso, ele costuma ser cultivado em altitudes mais baixas e seu processamento é menos rigoroso.
Nota ABIC: entre 4,5 e 6 pontos.
Café Superior
O café superior – como o próprio nome diz – é um café superior ao tradicional, apresentando até 10% de impurezas, incluindo grãos defeituosos em sua composição.
Mas, ainda assim, ele passa por uma torra intensa, possui amargor moderado e acidez entre baixa a moderada, semelhante ao café tradicional.
Nota ABIC: entre 6 e 7,2 pontos.
Café Gourmet
O café gourmet já pode ser considerado um tipo de café com mais qualidade do que os mencionados anteriormente, pois ele é produzido a partir de grãos selecionados e com menos impurezas. Portanto, a sua torra é mais controlada e o café não fica tão escuro.
Ele ainda pode apresentar algum tipo de impureza, porém, em uma quantidade bem menor. Por isso, o café gourmet tem um gosto mais suave e um aroma marcante.
Nota ABIC: entre 7,3 e 10.
Café especial
O café especial, como dissemos anteriormente, possui a classificação de café mais alta. Portanto, é considerado o café com mais qualidade do que os outros cafés mencionados.
Para se tornar um café especial, os especialistas avaliam diversos critérios como:
- Uniformidade.
- Sabor;
- Retrogosto;
- Doçura;
- Acidez;
- Corpo;
- Finalização;
- Ausência de defeitos;
- Harmonia.
Além disso, essa categoria de café é feita com grãos nobres, como o da espécie Arábica, além de passar por um processo de torra menos intenso, resultando em uma bebida com cor âmbar, com um amargor mais delicado e doçura natural – podendo ser bebido sem adição de açúcar.
Classificações: ABIC, SCA e COB
Como deu para perceber, a classificação de café é um processo extremamente importante para oferecer o melhor produto para os clientes e para que eles possam escolher o café que atenda o paladar da melhor forma.
Atualmente, existem diversas metodologias que classificam o café e cada uma delas utiliza critérios únicos e possui características próprias. Conheça alguns exemplos a seguir
ABIC
Em 2004, a Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC) criou o Programa de Qualidade do Café (PQC), para categorizar o café com base na experiência sensorial que ele proporciona, classificando-os em cinco categorias. São elas:
- Gourmet: mais do que 7,3 pontos;
- Superior: entre 6,0 e 7,2 pontos;
- Tradicional/Extraforte: entre 4,5 a 5,9 pontos.
SCA
A SCA (Specialty Coffee Association) é uma entidade internacional, criada em 1982, sendo que o seu principal objetivo é estabelecer padrões para categorizar o café e promover debates sobre a bebida.
Essa organização possui um método próprio de avaliação e é mundialmente reconhecida pelo seu trabalho, por isso, muitas marcas desejam conquistar esse selo para mostrar a qualidade do seu produto e atrair mais clientes.
A classificação de café da SCA é feita a partir de padrões e diretrizes específicas, incluindo análise sensorial e degustação feita por profissionais especializados em café.
O protocolo da SCA determina que um café é considerado especial quando ele atinge, no mínimo, 80 pontos em um sistema que vai de 0 a 100.
COB
A Classificação Oficial Brasileira (COB) é um tipo de classificação realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para classificar o café brasileiro.
Essa classificação analisa os atributos sensoriais e físicos do café. Onde temos:
- Atributos físicos: análise do peso, umidade, cor e tamanho dos grãos. O método avalia a quantidade de defeitos presente nas amostras, classificando-os de 2 a 8.
- Análise sensorial: avaliação das propriedades sensoriais da bebida ao ser degustada, considerando o aroma, sabor e o corpo do café preparado.
Portanto, a classificação de café COB classifica as bebidas em sete categorias: estritamente mole, mole, apenas mole, dura, riada, rio e rio zona.
Por que a classificação é importante para consumidores e baristas?
A classificação de café é um processo rigoroso, mas muito importante, tanto para o consumidor, quanto para o barista e os comerciantes. A seguir, vamos entender as vantagens para cada um desses públicos:
Consumidor
Para o consumidor, a classificação de café é essencial na escolha do produto com maior qualidade. Ao conhecer os diferentes tipos de classificação, o consumidor pode:
- Escolher o café alinhado com suas preferências: a classificação indica as características sensoriais de cada grão, incluindo o nível de acidez, tipo de corpo e a presença de notas sensoriais. Isso permite que o consumidor escolha o produto que se adapta às suas preferências;
- Compreender a origem e a qualidade do café: através da classificação, o consumidor saberá exatamente a origem e a qualidade do café que está adquirindo. Desse modo, ele poderá selecionar um produto com procedência e características conhecidas;
- Experimentar novos sabores: esse processo também incentiva o consumidor a experimentar diferentes tipos de café, ampliando seu repertório e novos aromas.
Barista
Para o barista, a classificação é essencial para que ele possa preparar a bebida da melhor forma e proporcionar uma experiência única para os clientes. Assim, ele pode:
- Selecionar o café ideal para cada receita;
- Criar bebidas personalizadas;
- Oferecer um atendimento mais profissional através do conhecimento específico sobre cada bebida.
Comerciante
Por último, o comerciante também é impactado positivamente pela classificação de café. Pois isso permite que ele ofereça diferentes tipos de bebidas que atendem aos mais variados tipos de públicos.
A classificação também facilita a comunicação entre os comerciantes e produtores, permitindo a seleção de grãos de alta qualidade e o desenvolvimento de produtos exclusivos no seu estabelecimento.
Classificação de café: como a William & Sons Coffee Co. eleva sua experiência
Como você viu, a classificação de café desempenha um papel crucial na experiência de quem prepara, consome e comercializa uma das bebidas mais apreciadas no mundo.
Ao conhecer as diferentes classificações, os consumidores podem escolher o café ideal para seu paladar e aproveitar ao máximo essa experiência, elevando a pausa do café para outro nível.
Aqui na William & Sons Coffee Co. a classificação de café é um fator essencial na escolha dos nossos produtos, pois, um dos nossos objetivos é garantir que você aproveite ao máximo cada xícara. Acesse nosso site e conheça a nossa seleção de cafés especiais!
Categorias: Café na prática